Os mecanismos que explicam o desenvolvimento da resistência a herbicidas e influenciam o modo de ação destes compostos podem estar relacionados ou não com o sítio de ação. A resistência relacionada ao sítio de ação ocorre quando o herbicida alcança o sítio de ação em concentrações letais, mas existem mudanças na enzima/proteína alvo que limitam a ação do herbicida. A resistência não relacionada ao sítio de ação envolve mecanismos que minimizam a quantidade do herbicida ativo que alcança o sítio de ação.
Quando relacionada ao sítio de ação, a resistência pode ocorrer por uma mutação no gene que confere mudança de aminoácido em uma enzima alvo, evitando a ligação do herbicida; ou pode também ser conferida pela superexpressão da enzima alvo (amplificação ou mudanças em um promotor do gene). Já a resistência sem relação com o sítio de ação baseia-se na metabolização ou desintoxicação do herbicida a substâncias menos tóxicas; ou redução da concentração do herbicida no local de ação pela reduzida absorção e/ou translocação ou pelo sequestro do herbicida no vacúolo.
Enquanto as mutações genéticas relacionadas ao sítio de ação podem ser identificadas mais precisamente, e em geral, implicam em um mecanismo de resistência bastante específico, os mecanismos não relacionados ao sítio de ação são menos conhecidos e têm ganhado importância nos últimos anos. Um dos maiores desafios da resistência de plantas daninhas a herbicidas no mundo é a ocorrência de indivíduos que acumulam diversos mecanismos de resistência, baseados ou não no sítio de ação.
O profundo conhecimento sobre as características bioquímicas, genéticas e moleculares da resistência de plantas daninhas a herbicidas deverá contribuir para racionalização do uso de herbicidas, desenvolvimento de novas tecnologias e estratégias de manejo de plantas daninhas mais sustentáveis.
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